DESCOLONIZAR A CRISTOLOGIA

Resumo

RESUMO: Este artigo fornece uma visão de como abordar uma cristologia em perspectiva descolonial. Tal tarefa supõe um “descentramento epistêmico” na doutrina e na pregação. O tema da “descolonização epistemológica da teologia” tem chamado a atenção devido ao apelo de se fazer uma outra teologia. Contudo, apesar de diversas reflexões, no domínio cristológico percebe-se a carência de um estudo mais organizado de como se dá aí o processo de descolonização. Nosso objetivo é, pois, investigar e compreender como se constrói o caminho rumo a tal tarefa. A análise da proposta compreende três abordagens: a “repatriação” da fé cristã ao seu berço neotestamentário originário, pelo viés de uma enculturação da fé cristã no centro da cultura helênica e na doutrina calcedoniana. A seguir, o modo de como entrar descolonialmente na cristologia. Por fim, como se dá esse processo a nível das religiões. Conclui-se que o irreformável, visitado criticamente e confrontado com os apelos do momento, continua balizando as cristologias contemporâneas num exercício criativo, descentrado de discursos totalitários, mas sempre apoiado no coração da fé cristã.

ABSTRACT: This article furnishes a vision of how to approach Christology in a decolonized perspective. Such an exercise supposes an epistemic decentralization in doctrine and in preaching. The topic of an epistemological decolonization of theology has grown in importance given the drive to realize another kind of theology. However, in spite of varied refections, in the Christological field one perceives a lack of a more organized study regarding exactly how the process of decolonization happens. Our objective is then to investigate and understand how to construct a path towards such a task. The analysis of such a proposal involves three approaches: the “repatriation” of Christian faith to its native New Testament place through the inculturation of the Christian faith at the center of Hellenic culture and in the Chalcedon doctrine. Next, a way of entering in Christology in a decolonized way. Finally, how this process happens at the level of religions. We conclude then with the irreformable, visited critically, and confronted with the appeals of the present moment, which continues to mark contemporary Christologies, in a creative exercise, decentered from totalitarian discourses, but always supported by the heart of Christian faith.