A ORAÇÃO COMO UM FALAR E CALAR. ALGUMAS QUESTÕES SOBRE A LINGUAGEM DA MÍSTICA
DOI:
https://doi.org/10.20911/21768757v46n130p365/2014Palavras-chave:
Oração, Linguagem, Místico, Silêncio, Palavra.Resumo
O artigo trata da prática de oração e da tentativa de comunicação da experiência de Deus. Toma como referência o exemplo de místicos da tradição cristã por serem eles quem melhor sinalizam o que acontece em toda autêntica oração como diálogo entre a liberdade humana e a liberdade divina. Analisa dois aspectos fundamentais da linguagem e expressão da oração que são o silêncio e a palavra. O silêncio precede a palavra e a ela reconduz. A palavra tende a anular a ambiguidade do silêncio gerando unidade. Ambos se complementam na vivência concreta do orante, que em sua busca contínua de sintonia com Deus, silenciando ou falando mantém-se na presença do Senhor. Ao mesmo tempo a linguagem do místico testemunha sua impotência em “tocar” o Mistério. Por isso, silenciar ou falar e a conjugação de ambos são sempre insuficientes para expressar o que se passa no encontro e diálogo com Deus. A linguagem da oração abre novos horizontes ao ser humano em sua busca de íntima relação com o mistério divino.
ABSTRACT: This article treats the practice of prayer and of the attempt to communicate an experience of God. It takes, as a point of reference, the example of the mystics from the Christian tradition since they are the ones who best indicate what happens in every authentic prayer as dialogue between human freedom and divine freedom. This article analyses two fundamental aspects of the language and expression of prayer: silence and the word. Silence precedes the word and the word leads back to silence. The word tends to annul the ambiguity of silence, creating, in turn, unity. Both complement each other in the concrete lived experience of the person praying, who in her continual search to be in tune with God, in silence or speaking, maintains herself in the presence of God. At the same time, the language of the mystic testifies to her impotence to “touch” the Mystery. For this reason, to maintain silence or to speak and the combination of both are always insufficient to express what happens in the encounter of dialogue with God. The language of prayer opens new horizons for the human person in her search for an intimate relation with the divine mystery.
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