O TEMPO TEM UMA VELOCIDADE? OS QUALIA DO TEMPO E A DURAÇÃO DE BERGSON
DOI:
https://doi.org/10.20911/21769389v51n160p245/2024Resumo
Henri Bergson critica a concepção tradicional de tempo como mera sucessão de estados por considerar que ela falha em capturar o aspecto crucial da velocidade ou ritmo do tempo. Este artigo explora a concepção bergsoniana acerca da velocidade do tempo pela perspectiva das descobertas da ciência moderna e da Filosofia Analítica, especialmente pelos recursos críticos da ciência cognitiva e da análise lógica. Pela adoção do conceito de “qualia do tempo”, o qual distingue entre os aspectos qualitativos e quantitativos da experiência temporal, o autor defende a posição bergsoniana e propõe um novo paradigma teórico para entender a relação entre o movimento externo, sua medida e a consciência da duração. A formulação não apenas esclarece as conexões intrínsecas entre vários textos bergsonianos correlacionados, mas também contribui para diferenciar entre dois tipos distintos de velocidade temporal – uma fundada no qualia do tempo e outra no qualia do fluxo. Conclui-se que os aspectos qualitativos da experiência temporal possuem uma realidade irredutível que mais complementa do que se contrapõe aos aspectos qualitativos, defendendo-se então que a perspectiva bergsoniana oferece um entendimento mais adequado da natureza do tempo e de nossa experiência temporal.
Palavras-chave: Henri Bergson. Velocidade do tempo. Qualia do tempo. Quantificação da experiência.