Notas sobre a questão da liberdade na Crítica da Razão Prática de Immanuel Kant

Autores

  • Édil Guedes

Palavras-chave:

Kant, liberdade, razão prática

Resumo

Neste artigo, distinguem-se inicialmente os sentidos negativo e positivo da Crítica, este último remetendo ao uso prático da razão pura, preparando assim a transição da perspectiva gnosiológica para a axiológica. Tomam-se as antinomias da razão pura e o conjunto das partes finais da primeira Crítica como pré-delineamento da filosofia moral kantiana. Procede-se, pois, da aceitação, no mundo numenal, da tese que sustenta a ideia cosmológica de liberdade, às definições inaugurais do conceito prático de liberdade, como independência do arbítrio frente à coerção dos impulsos da sensibilidade, ainda na primeira Crítica. Revelada a centralidade do problema da liberdade na fundação da reflexão moral de Kant, estabelece-se a oposição entre os conceitos negativo e positivo da liberdade, identificando-os, respectivamente, com a liberdade ainda como indeterminação, como falta de condicionamento, e com a autonomia da vontade como liberdade moral propriamente dita. Tal definição, concluir-se-á, somente se desenvolve de modo pleno, na Fundamentação da metafísica dos costumes e na Crítica da razão prática. Apenas esta, entretanto, constitui objeto deste breve estudo. E supõem-se, com efeito, as distinções entre princípios práticos materiais e formais, máximas e lei prática incondicionada ou lei moral e, por fim, entre imperativos hipotéticos e categóricos. Mostrar-se-á que o imperativo categórico é a forma necessária da lei moral, como autodeterminação da vontade livre. Finalmente, considera-se a definição dos objetos da lei moral, a corroborar a afirmação anterior da liberdade prática, pois que aqueles (objetos da lei moral) não se põem como fundamento desta (da liberdade prática), e sim como constituídos a priori pela lei moral. Conforme as limitações propostas quanto à extensão deste trabalho monográfico, seu escopo não ultrapassa a Analítica da razão prática pura, apenas apontando para as reflexões a empreender-se na Dialética. Pretende apenas identificar os principais contornos da apresentação da liberdade em seu sentido moral, positivo, para a segunda Crítica kantiana. Um breve esforço de conclusão tenta destacar a importância e a dimensão destas reflexões como um projeto de autoemancipação do homem pela razão.

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Como Citar

Guedes, Édil. (2015). Notas sobre a questão da liberdade na Crítica da Razão Prática de Immanuel Kant. Pensar-Revista Eletrônica Da FAJE, 6(1), 7–20. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/pensar/article/view/3251