A questão “Deus” em Vladimir Jankélévitch: Um agnosticismo apofático?

Autores

  • Felipe Marçal Anunciação

Resumo

O filósofo francês Vladimir Jankélévitch (1903/1985) não tratou a questão filosófica de Deus propriamente. Seu pensamento sempre privilegiou as experiências impalpáveis, inapreensíveis e ligadas ao instante fugidio da vida comum como as verdadeiras experiências. Os sistemas filosóficos fechados sempre foram tratados por ele com desconfiança; por isso a teologia afirmativa, o pensamento Hegeliano e a música alemã do período clássico não foram citadas em sua obra. Além disso, sua visão sobre a morte é dura, um nada absoluto; e num todo, parece que sua visão de mundo é agnóstica. Mas o que nos trouxe o interesse de escrever este artigo, é que por outro lado, a escola filosófica de Jankélévitch é constituída de pensadores da metafísica e da religião (mística católica) como Platão, Plotino, São Francisco de Sales, São João da Cruz, Pseudo-Dionísio Areopagita, o abade francês Henri Bremond, Henri Bergson entre vários outros. Outro fator é o judaísmo de Jankélévitch e como essa religião que gerou o monoteísmo influenciou a sua forma indefinida, ambígua, conflituosa, poética e bela de filosofar. Pensando em todos esses detalhes, como a questão “Deus” seria ignorada ao falar de Vladimir Jankélévitch? Seria o seu não falar sobre Deus um total desprezo do assunto? Ou seria um sinal de profundo respeito á um Deus que não se limita a categorias conceituais? Seria seu pensamento um agnosticismo apofático? Este artigo não tem o intuito de responder de forma definitiva a estas perguntas, mas estimular a reflexão sobre o tema e sobre o filósofo.

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Publicado

2019-02-21

Como Citar

Anunciação, F. M. (2019). A questão “Deus” em Vladimir Jankélévitch: Um agnosticismo apofático?. Pensar-Revista Eletrônica Da FAJE, 9(2), 267–278. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/pensar/article/view/4138