O absurdo e a revolta como condições do sujeito ético

Autores

  • João Everton da Cruz

Resumo

Este texto visa demonstrar, face aos conceitos de “absurdo” e “revolta”, que existem uma aproximação entre a obra Memórias do Cárcere (1953) de Graciliano Ramos (1892-1953) e a obra O Mito de Sísifo: um ensaio sobre o absurdo (1941) de Albert Camus (1913-1960) como características do sujeito ético que leva em consideração uma edificação harmônica entre o homem e a natureza e entre o homem e os outros homens. Verifica-se a existência de descrições camusianos dos homens absurdos na figura do escritor. Ambos os conceitos presentes na literatura destes dois escritores se tornam importantes para o enriquecimento de uma postura social mais atuante, estatuto da construção do sujeito ético enquanto ser consciente de si e dos outros, dotado de vontade, de responsabilidade e, consequentemente, de liberdade. A realização humana passa necessariamente por uma postura ética que possa permear por dentro das instituições de formação, como na Família, no Estado e nas Igrejas. É por meio dessa necessidade de refletir sobre a dimensão ética no mundo contemporâneo e a confrontação com os mais variados temas presentes nas obras dos escritores Camus e Ramos que tecemos este texto, buscando ratificar a importância do direcionamento humano por meio da honestidade e da solidariedade como condições despertadoras para a realização da vida. Este está dividido metodologicamente em uma introdução, três partes e uma conclusão. A primeira parte é apresentado os conceitos de absurdo e de revolta presentes na filosofia de Albert Camus. A segunda parte versa sobre a postura ética de Graciliano Ramos. A terceira parte é sobre as “memórias” uma criação absurda. E, por fim, a conclusão. Na elaboração deste texto foi utilizada a pesquisa final FIP/PUC-Minas 97/019-P, intitulada “Albert Camus e Graciliano Ramos: o absurdo e a revolta como condição do sujeito ético”, do PIBIC/CNPq realizada como bolsista de agosto de 1997 a julho de 1998, sob a orientação do Prof. João Pereira Pinto (In memoriam), do Departamento de Filosofia e Teologia. Somente agora, vinte e dois anos depois, resolvi apresentar-lhe numa nova roupagem em forma de comunicação no prestigiado XIII Colóquio Vaziano, cujo tema é “Henrique Cláudio de Lima Vaz, 100 anos! O legado de uma vida de realização”.

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Publicado

2020-12-09

Como Citar

Cruz, J. E. da. (2020). O absurdo e a revolta como condições do sujeito ético. Annales Faje, 5(2), 66–76. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/annales/article/view/4583