HENRIQUE VAZ E A OPÇÃO METAFÍSICA
Resumo
Ao traçar, numa exposição sóbria e magistral, o caminho aporético do pensamento ético moderno, Henrique Vaz concluía seu artigo, retomando como sua, a proposição lapidar com que Robert Spaemann inaugurava seu ensaio de reabilitação crítica da concepção eudaimonista e prudencial da moral clássica: “Não há ética sem metafísica”. Não haveria – poderíamos, no entanto, perguntar – na simplicidade da fórmula enunciada a reiteração de um programa filosófico insustentável? A insistência na metafísica não suscitaria a suspeita do anacronismo, quando grande parte do pensamento contemporâneo se autodefine resolutamente como “pós-metafísico”? A intenção de restaurar a metafísica não seria o resultado de uma vontade firme e nostálgica, porém extrínseca ao movimento interno de um discurso filosófico que se pretenda compatível com nossa atual experiência cultural?