HISTÓRIA DO CONCEITO DE HUMANITAS: DA MITOPOÉTICA A ALLEGORESIS ESTOICA

Autores

  • Cleber Ranieri Ribas de Almeida Universidade Federal do Piauí (UFPI)

DOI:

https://doi.org/10.20911/21769389v48n152p807/2021

Resumo

Neste artigo proponho-me reconstituir a trajetória etimológica, filológica e experiencial do conceito de humanitas desde sua origem estoica no Círculo Cipiônico até sua assimilação pela tradição imperial panegírica augustana. O propósito é compreender porque, desde a origem, tal conceito apresenta um núcleo semântico de significação inconstante, volátil e aberto. Tal indeterminação semântica, como tentarei provar, adveio do progressivo processo de degeneração das representações mitopoéticas do homem em favor de uma compreensão noética. Posteriormente, esta compreensão noética fora assimilada pelo gênio estoico-romano na forma de uma representação alegórica (allegoresis) cujo conteúdo semântico tornara-se meramente linguístico e autorreferente. Os símbolos da experiência foram assim reduzidos a meros jogos de linguagem. Nesta lógica, a compreensão do conceito de humanitas em sua origem depende menos de uma investigação acerca das evidências filológicas quanto ao uso da palavra nos textos canônicos e mais de uma investigação acerca das experiências que possibilitaram a formação de uma consciência da unidade simbólica da humanidade enquanto grandeza política de referência.

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Publicado

2021-12-06

Como Citar

de Almeida, C. R. R. (2021). HISTÓRIA DO CONCEITO DE HUMANITAS: DA MITOPOÉTICA A ALLEGORESIS ESTOICA. Síntese: Revista De Filosofia, 48(152), 807. https://doi.org/10.20911/21769389v48n152p807/2021

Edição

Seção

Artigos