CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROVA DA LIBERDADE

Autores

  • Edgard José Jorge Filho

DOI:

https://doi.org/10.20911/21769389v30n98p331-350/2003

Palavras-chave:

Idealismo transcendental, Realismo transcendental, Prova da liberdade, Princípio de não-contradição.

Resumo

Abordamos a questão da prova da realidade da liberdade, examinando se o realismo transcendental ou o idealismo transcendental podem solucioná-la. Sustentamos que, embora não forneçam tal solução, o segundo é mais apropriado para buscá-la. Para tanto, consideramos as questões da possibilidade de pensar a contradição e da validade do princípio de não-contradição, e argumentamos que o realismo transcendental, ao submeter todo pensamento à condição do tempo, não pode validar este princípio, incorrendo na autofagia. Argumentamos que esta validação exige tomar o pensamento, de um lado, como atividade atemporal, de outro, como discurso temporal, condição satisfeita pelo idealismo transcendental. Da mesma condição depende a possibilidade da liberdade; donde podermos considerar esta possibilidade, bem como a possibilidade de pensar a contradição e finalmente a validade do princípio de não-contradição, como itens solidários, os quais o idealismo transcendental pode pensar consistentemente. Daí a superioridade deste idealismo, apesar de uma certa fraqueza, apontada por nós, do seu projeto de absoluta pureza.

Abstract: We focus the question of the proof of the reality of freedom, by examining if the transcendental realism or the transcendental idealism can solve it. We sustain that, although both don't give a solution to it, the transcendental idealism fits better in searching out for  a solution. In order to sustain this, we consider the questions of the possibility of thinking the contradiction and of the validity of the principle of non-contradiction and argue that in so far as the transcendental realism submits all thought to the time condition, it cannot validate this principle and so falls into autophagia. We argue that this validation requires considering thought on the one hand as a timeless activity, on the other hand as a temporal discourse, and that the transcendental idealism satisfies this condition. On this same condition depends the possibility of freedom; hence we may consider that this possibility and the possibility of thinking the contradiction as well as the validity of the principle of non-contradiction are solidary items, and that the transcendental idealism is able to think these items consistently. Thence the superiority of this idealism, in spite of a certain weakness, shown by us, of its design of absolute purity.

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Publicado

2003-01-03

Como Citar

Filho, E. J. J. (2003). CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROVA DA LIBERDADE. Síntese: Revista De Filosofia, 30(98), 331–350. https://doi.org/10.20911/21769389v30n98p331-350/2003

Edição

Seção

Artigos