PE VAZ: UMA AUSÊNCIA PRESENTE
Resumo
Por ocasião da comemoração do octogésimo aniversário do Pe. Lima Vaz, em agosto de 2001, tive a oportunidade de apresentar uma comunicação que abordava o tratamento que o tema da philia em Aristóteles recebera na obra do homenageado1. De lá para cá, tudo mudou. A finitude humana interveio abruptamente, interrompendo um vínculo de amizade entre mim e o Pe. Vaz que prometia crescer e amadurecer. De uma festiva homenagem em 2001 comemorando os seus oitenta lúcidos e produtivos anos, hoje, em maio de 2003, lembramo-nos da ausência do amigo, e deste modo pretendemos prestar uma pequena homenagem à sua memória. A morte interpôs-se entre nós e ele. Entretanto, nós continuamos vivos, e agora é com a sua ausência, e não mais com a sua presença, que teremos de nos haver. Se naquele momento servi-me de Aristóteles para desenvolver algumas idéias e analisar algumas referências sobre o tema da amizade na obra do Pe. Vaz, hoje afasto-me de Aristóteles, para quem a morte não parecia ser nada mais do que uma simples ocorrência biológica2, e me aproximo dos pitagóricos, tal como foram interpretados por Simone Weil.