DA AUSÊNCIA QUASE TOTAL DE FATOS POLÍTICOS À TENSÃO NAS RELAÇÕES ENTRE A IGREJA E O ESTADO

Resumo

Vem sendo acentuada nesses registros trimestrais a persistência de uma situação de quase total vacuidade na vida política do país. Num clima de marasmo e omissões, que talvez as circunstâncias justifiquem, uma ou outra especulação porventura formulada logo se esvai, sem ressonância nem consequências. Nesse panorama melancolicamente acinzentado, ganharam relevo, no trimestre, os episódios em que se assinalou um esboço de tensão nas relações entre a Igreja e o Estado. Na parte final desta " Síntese Política" o problema é focalizado cm termos justos e precisos, para uma conclusão que vale a pena antecipar: a Igreja não tem intenções de fomentar uma luta cruenta para a correção de injustiças que a Revolução não pode ainda eliminar, mas não abdica de seu direito de protestar contra essas injustiças, sempre que o protesto é o único instrumento eficaz para denunciá-las. O Estado acaba por compreender que, para o exercício de sua missão de promover o bem comum temporal, é útil a advertência de uma voz que interpreta, com grandeza e desinteresse, a própria consciência popular.