A ENCÍCLICA "ECCLESIAM SUAM" E A CONSCIÊNCIA CATÓLICA BRASILEIRA

Resumo

Encíclica Ecclesiam suam não foi talvez o que esperava a opinião pública, nem mesmo a opinião da maioria dos católicos. Aguardava-se, com impaciência, o primeiro pronunciamento de PAULO VI. Acreditava-se que viria prolongar certas linhas abertas por JOÃO XXIII, engajando-se logo nos grandes problemas da atualidade. Não foi isso, porém, o que aconteceu. Certas agências internacionais determinado setor da imprensa nacional procuraram desde logo veicular alguns trechos fragmentários do documento, no qual se repetiam condenações ao comunismo. Quando se conheceu a íntegra do texto, pareceu a muitos uma simples exortação que não SC dirigia aos interesses do grande público. Por isso, apenas alguns jornais se decidiram a publicá-lo. Os mais envolveram-se no silêncio. Silêncio injusto, porque, se não objetiva diretamente problemas políticos, econômicos e sociais, traz uma resposta a problemas agudos, a crises profundas que atormentam a consciência brasileira, como a consciência católica de muitas outras nações. É a repercussão da palavra do Papa dirigida, especialmente à Igreja, à sua Igreja ”” Ecclesia sua ”” que, neste comentário, se procura mostrar analisando o modo como repercutiu sobre os vários tipos que caracterizam a consciência católica nacional. O tipo pacífico, que não foi afetado pela revolução de abril; o tipo sem consciência, que vive apenas o próprio egoísmo; o tipo traumatizado, que aceitava em parte o jogo comum com as esquerdas e que sentiu fortemente o choque da revolução: o tipo perplexo dos que não enxergam o caminho a tomar e, enfim, o tipo eufórico, que confunde simplesmente a vitória do movimento com uma acreditada vitória do bem sobre o mal, da Igreja sobre o comunismo.