SÍNTESE SOCIAL - RADIOGRAFIA DA FAVELA

Resumo

Quem vê uma favela de fora, de longe, num relance, através do vidro de seu automóvel, apreende a favela como uma coisa, um acidente geográfico, uma praga qualquer que se foi alastrando pela lombada do morro e lhe foi comendo o revestimento vegetal. A idéia que lhe ocorre é que é preciso raspar aquilo. Quem para um pouco mais perto, e contempla com menos pressa a favela, começa a descobrir que por entre aquele amontoado de barracos, suspensos nas encostas, desafiando todas as leis da engenharia, através dos meandros de lama esverdeada, circulam seres humanos: homens e mulheres, velhos e crianças, brancos, pretos e pardos. A favela deixa de ser coisa, acidente geográfico, para ser uma realidade viva, um fato social. E pela primeira vez lhe ocorre uma pergunta humana sobre a favela: de que vive esta gente? como vive esta gente? que é que esta gente pensa, que é que ela deseja? Um grupo de estudantes, rapazes e maças da Escola de Sociologia e Política da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, sob a orientação de um professor, JOSÉ GOUVEIA VIEIRA, e de um técnico em pesquisa social, GERALDO TARGINO DA FONSECA, procurou trazer uma resposta a estas perguntas, entrando no mundo diferente das favelas.