O TEMPO NO TEMPO E NA CONSTITUIÇÃO DA METAFÍSICA MOVENTE

Resumo

Partindo do pressuposto segundo o qual morreu um modelo de metafísica que procurou eliminar de sua construção o tempo e seus predicados ou então submetê-lo(s) ao Absoluto (Ser, Deus, etc...), procuraremos mostrar a necessidade de elaborar uma metafísica coerente com o fim que a sustenta, ou seja, o próprio homem. Esta metafísica procura conservar em sua estrutura o tempo, isto é, a mobilidade do real, da vida (como acontece também na tradição da hermenêutica contemporânea). Para tanto precisamos: 1) realizar uma fenomenologia antropológico-cultural-religiosa do tempo e recordar alguma tentativas de defini-la; 2) explicitar a visão preponderante de tempo na história da ciência e da filosofia; 3) para então poder fundamentar uma metafísica rearticulada pela temporalidade que nomearemos de ”˜metafísica movente'.

Abstract: Starting from the assumption that the metaphysical model which tried to eliminate time and its predicates from its construction or to submit it/them to the Absolute (Being, God, etc.) is dead, this article will attempt to show the need to elaborate a metaphysics which is coherent with the end that sustains it, that is the human being him/herself. Such a metaphysics tries to keep time, i.e., the mobility of the real, of life (as occurs in the contemporary hermeneutics tradition too) in its own structure. To reach this goal we must: (1) undertake an anthropological-cultural-religious phenomenology of time and recall some attempts to define it, (2) discuss the prevailing view of time in the history of science and philosophy, (3) and thereby found a metaphysics which is rearticulated by temporality and that will be called “moving metaphysics”.