ERNANI FIORI: UM PENSAMENTO FÉRTIL NA CONSCIÊNCIA LATINO-AMERICANA

Resumo

Nesta Semana Santa de 1985 nos deixou Ernani Maria Fiori, filósofo gaúcho, mestre de tantas gerações em nosso Rio Grande, no Chile, nos movimentos universitários da América Latina. Para os que o conhecemos de perto e recebemos o impacto de sua reflexão, para uma vasta gama de amigos espalhados hoje pelo mundo, fica a ausência sentida e sofrida e a presença clara de suas palavras, seus gestos, sua vida inflexivelmente retilínea ao nível da eticidade, e ao mesmo tempo um pensamento dinâmico, aberto, em revisão permanente, em diálogo com ele próprio, com os outros e com a realidade em devir. Poucos foram tão firmemente pedagogos, estimulando a pensar dialeticamente o ser e o real, num constante esforço maiêutico para  extrair do interlocutor suas próprias virtualidades ocultas de reflexão. "Não vou ensinar  filosofia mas, se possível, a filosofar", assim nos indicava ao começar seu curso de introdução à filosofia, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, naquele ano de 1955, já lá vão trinta anos. Esse foi talvez o seminário mais fecundo que segui, entre tantos, em minhas andanças pelo mundo.