EPISTEMOLOGIA NATURALIZADA: UMA PETIÇÃO DE PRINCÍPIO?
DOI:
https://doi.org/10.20911/21769389v30n96p53-64/2003Palavras-chave:
Hume, Quine, Epistemologia, Ceticismo, Naturalismo.Resumo
Minha intenção neste artigo é oferecer uma resposta à seguinte questão: a epistemologia naturalizada deve ser entendida como uma falácia? Discuto inicialmente em que medida um raciocínio circular implica uma falácia: o cerne do problema é a noção de prioridade epistêmica. Apresento em seguida as dúvida cépticas de Hume sobre a fundamentação do princípio de causalidade e argumento a favor de sua solução céptica frente a uma potencial acusação de petição de princípio. Essa discussão prepara a principal tese deste artigo: a epistemologia naturalizada de Quine pode ser entendida como um tipo de raciocínio circular que não implica uma falácia.
Abstract: I'm concerned in this paper in providing an answer to the following question: should naturalized epistemology be understood as a fallacy? Firstly I consider to what extent a circular reasoning implies a fallacy: the core of the problem is the idea of epistemic priority. Then I expose the Humean doubts concerning the foundation of the principle of causality and argue for his sceptical solution facing a potential charge of petitio principii. This discussion prepares the main thesis of this paper: Quine's naturalized epistemology can be understood as a kind of circular reasoning that doesn't imply a fallacy.