O humanismo interrogativo em Montaigne: A experiência da solidão como ócio criativo
DOI:
https://doi.org/10.20911/21799024v14n2p44/2023Resumo
O presente artigo analisa os textos De l’oisivité (I,8) e De la solitude (I,39) de Montaigne, no intuito de discutir sobre a “solidão”. A reflexão, numa primeira parte, desenvolve a diversidade de opiniões acerca do humanismo, particularmente no tocante à filosofia do “eu”. O ensaísta dialoga com o pensamento humanista para deixar nítida a sua posição interrogativa em virtude da importância da epoché. Num segundo instante, elabora a experiência da solidão como devaneio, ou seja, ócio criativo, pelo qual se escolhe a vida solitária como encontro com o próprio “eu”, de modo que realiza a suspensão de si mesmo pelo viés do caminho da alteridade, ou melhor, o “eu” que dialoga com o próprio “eu” e, consequentemente, com o mundo que o rodeia permeado da diversidade de opiniões.
Palavras-chave: solidão; devaneio; ociosidade.