A Categoria do Inefável na Filosofia de Vladimir Jankélévitch: das origens do conceito no ocidente judaico-cristão à sua apropriação no pensamento jankélévitchiano
Resumo
Através deste artigo, dedicar-nos-emos à s origens etimológicas da categoria do inefável e o uso de tais conceitos e métodos por pensadores da tradição ocidental; no caso, as tradições neoplatônicas e místicas. Em seguida, abordaremos a categoria do inefável na perspectiva filosófica de Vladimir Jankélévitch. Iniciaremos apresentando a origem neoplatônica do inefável, através do uso desta categoria na filosofia de Plotino, filósofo que buscou desenvolver a filosofia de Platão em direção ao Uno, o radicalmente transcendente. Em seguida, abordaremos a categoria do inefável na mística cristã da Idade Média, primeiramente em Pseudo-Dionísio Areopagita, e, em seguida, no místico São João da Cruz. Na segunda parte, examinaremos o conceito de inefável na perspectiva filosófica de Vladimir Jankélévitch, que implica relevante oposição em relação ao indizível, que seria a completa esterilidade para a linguagem, a total escuridão noturna, cujo exemplo máximo é o silêncio absoluto da morte. Ao apresentarmos estas extremidades, em seguida trataremos das gradações dentro da infinitude criativa da linguagem, inicialmente com o que o filósofo chama de indizível, situado fora da linguagem pela sua esterilidade de conteúdo, passando pelos níveis do que pode ser dito com maior precisão, chegando até a noite transparente do inefável, esta geradora infinita de linguagens plurívocas e equívocas, por isso, inefáveis, para além da pura compreensão lógico-racional da linguagem das palavras.