A mística em Michel de Certeau: ciência nova entre a linguagem e o experimento

Autores

  • Wesley Heleno de Oliveira

Resumo

Neste artigo, expomos a concepção de Michel de Certeau sobre a mística. O historiador jesuíta identificou o processo histórico que suscitou o surgimento da mística como ciência nova no século XVI. Procuramos descrever a conjuntura histórica e a mudança no quadro de referências que possibilitaram a passagem da mística de adjetivo para substantivo. A ciência mística pode ser considerada uma ciência experimental e uma prática da língua especificada como maneiras de falar (modus loquendi) dos místicos sobre a experiência mística vivida. As figuras retóricas do paradoxo e do oxímoro são as mais empregadas nos textos místicos, entretanto a despeito da crítica feita por De Libera e Nef à obra certaliana A Fábula Mística, tida como interpretação linguística da mística, mostramos que a obra de Michel de Certeau ressalta que a mística em si não pode ser reduzida à linguagem. A mística é a ciência da experiência, uma sabedoria prática e uma literatura do existencial. A mística é expressão inconfundível da radicalidade da existência em toda sua estranheza e essencialidade.

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Publicado

2020-12-24

Como Citar

Oliveira, W. H. de. (2020). A mística em Michel de Certeau: ciência nova entre a linguagem e o experimento. Pensar-Revista Eletrônica Da FAJE, 11(2), 111–125. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/pensar/article/view/4645