O pacto das catacumbas: da pobreza “sem rosto” ao novo rosto dos pobres

Autores

  • Anderson Silva Barroso

Resumo

O tema dos pobres na vida da Igreja sempre esteve presente ao longo dos séculos. No século XX o assunto pôde ser retomado quando, em 1962, o Papa João XXIII, em uma mensagem radiofônica em vista do início do Concílio Vaticano II demonstrou seu desejo de uma “Igreja dos pobres”. Ao final do Concílio, um grupo de padres conciliares decidem fazer um pacto visando ao ideal do Papa. O chamado Pacto das Catacumbas impunha aos bispos a busca de uma vida pobre ao lado dos pobres. Mas quais pobres? Quem eram, na prática, aqueles de quem a Igreja deveria aproximar-se, proporcionando maior protagonismo e animando-os na busca de seus direitos? Longo e contínuo caminho, feito até um novo pacto em favor dos pobres, o Pacto das Catacumbas pela Casa Comum, cuja novidade foi assumir a terra como o novo rosto dos pobres. O objetivo deste artigo é, assim, demostrar a evolução na compreensão eclesial do rosto dos pobres em ambiente Latino-Americano, desde o Pacto das Catacumbas da Igreja serva e pobre até o Pacto das Catacumbas pela Casa Comum. Para tal, analisamos as duas versões do Pacto das Catacumbas, bem como os documentos das Conferências Gerais do Episcopado Latino-Americano. Percebe-se como a compreensão do rosto dos pobres na realidade latino-americana foi se atualizando, incluindo a cada tempo aqueles que em maior grau são oprimidos e violentados em seus direitos, a ponto de alcançar, com o Papa Francisco, a inclusão da terra como o novo rosto dos pobres. Refazer o caminho histórico desta compreensão no seio da Igreja pode ajudar-nos a assumir em nossas realidades particulares o compromisso de ser uma “Igreja pobre para os pobres”, sejam eles quais forem os seus rostos.

Downloads

Publicado

2020-11-06

Como Citar

Barroso, A. S. (2020). O pacto das catacumbas: da pobreza “sem rosto” ao novo rosto dos pobres. Pensar-Revista Eletrônica Da FAJE, 11(1), 83–97. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/pensar/article/view/4546