A nova “idolatria” católica

Autores

  • Matheus da Silva Bernardes

Resumo

O presente texto pretende refletir sobre a atitude idolátrica de alguns círculos católicos e desmascarar o ídolo ou quais ídolos a sustentam. Essa atitude não corresponde às exigências que a história do começo do século XXI impõe aos discípulos e discípulas de Jesus Cristo. A noção de idolatria é tomada de J. Sobrino, que apresenta o Deus da vida e do Reino em uma relação duélica com os ídolos da morte e do anti-Reino. O texto tem como ponto de partida o contexto sócio-político e o chamado à conversão a Deus mediante a práxis de Jesus de Nazaré que revela a prática idolátrica e os próprios ídolos da morte. Tendo como fundamento esse estudo preliminar, intentar-se-á descobrir qual ídolo ou quais ídolos são cultuados no uso que alguns grupos católicos têm feito de véus e correntes, o empenho pela instauração de uma piedade que não só se afasta, mas nega o mundo, e uma prática litúrgica contrária às reformas do Concílio Vaticano II (excesso de vestes clericais, abuso no uso das velas, retorno ao Latim e até desprezo pela Palavra durante a celebração). O intento é mostrar que por trás desse “culto idolátrico” não há somente opções estéticas, mas decisões éticas e um profundo desconhecimento do Deus de Jesus de Nazaré. O desmascaramento da prática idolátrica é a afirmação da opção de Jesus de Nazaré pelos pobres deste mundo; o desmascaramento de ídolos é profissão de fé no Pai misericordioso, em quem o próprio Jesus e os pobres confiam.

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Publicado

2019-02-21

Como Citar

Bernardes, M. da S. (2019). A nova “idolatria” católica. Pensar-Revista Eletrônica Da FAJE, 9(2), 219–237. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/pensar/article/view/4135