A responsabilização humana diante do problema do mal na argumentação antimaniqueia de Santo Agostinho

Autores

  • Davi Chang Ribeiro Lin

Palavras-chave:

Santo Agostinho, mal, responsabilização, De Libero Arbitrio, obras antimaniqueias.

Resumo

Agostinho de Hipona se preocupou com a origem e natureza do mal desde sua juventude. A resposta encontrada no maniqueísmo, seita gnóstica que ele aderiu por 9 anos, era confortavelmente fatalista e desresponsabilizadora, pois o mal estava fora de si mesmo, um mal físico e cósmico. Posteriormente, quando Agostinho questiona sua própria passividade e a consistência ontológica do mal, ele adere à ideia neoplatônica do mal como ausência do ser e a concepção cristã do universo criado a partir de um único princípio de bem. Com esse aporte intelectual a seu drama existencial, Agostinho responde pessoalmente em sua conversão cristã ao reconhecer-se pecador e depender da graça de Deus. Sua obra antimaniqueia De Libero Arbitrio (O Livre Arbítrio) aprofunda a dimensão moral do mal, ao situa-lo interior e subjetivo, na escolha do livre-arbítrio da vontade, enfatizando a dimensão da responsabilização. O mal, posto na dinâmica da liberdade e do livre-arbítrio, responsabiliza o humano e ao mesmo tempo o coloca dependente da graça. Posteriormente, em suas Retratações, e diante de novos opositores que extrapolam De Libero Arbítrio de seu contexto original, Agostinho esclarece que responsabilização e liberdade dependem da ação da graça divina.

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Publicado

2017-12-28

Como Citar

Lin, D. C. R. (2017). A responsabilização humana diante do problema do mal na argumentação antimaniqueia de Santo Agostinho. Pensar-Revista Eletrônica Da FAJE, 8(2), 153–163. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/pensar/article/view/3879