REIFICAÇÃO E MUNDO DO TRABALHO
Palavras-chave:
trabalho, capitalismo, reificação, fetiche de mercadoriaResumo
O mundo do trabalho tem se modificado drasticamente nos últimos cinquenta anos. A sociedade ocidental encontra-se inserida no contexto de uma revolução provocada pelo escape dos capitais aos controles do Estado e pelas inovações introduzidas nos sistemas de comunicação e de produção propiciadas pelo avanço tecnológico. Concretamente essas mudanças são observadas nas mais diversas partes do mundo, nas alterações do mercado de trabalho, nos paradigmas produtivos, assim como no lugar e sentido atribuídos ao trabalho na formação da sociabilidade e identidade das pessoas. Afirma-se que o mundo do trabalho, tal como o é conhecido até então, está fadado ao desaparecimento. De fato, hoje decide-se no nível tecnológico das nuvens, o destino das empresas e dos contingentes de trabalhadores a elas ligados. Nunca se esteve tão distante do sonho marxiano de uma sociedade em que o livre desenvolvimento de cada um é condição para o livre desenvolvimento de todos. No presente artigo pretende-se desenvolver a ideia de que a reificação extrema observada nas relações de produção constitui, na atualidade, uma das faces mais visíveis do predomínio da razão instrumental na sociedade ocidental. Para tanto o conceito de reificação será desenvolvido a partir da elaboração de Gyorgy Lukács, com a identificação de suas raízes em Karl Marx.