“Anima et corpus una persona est”: desencarnação gnóstica contemporânea e a unidade pessoal em Santo Agostinho

Autores

  • Davi Chang Ribeiro Lin

Palavras-chave:

Santo Agostinho, gnosticismo, relação corpo-alma, dualismo, pessoa.

Resumo

O presente artigo apresenta a trajetória de Santo Agostinho no desenvolvimento de sua concepção sobre a relação corpo-alma em diálogo com a tendência gnóstica da cibercultura contemporânea em sua percepção da corporeidade.  O percurso no pensamento de Santo Agostinho, que vai da inimizade corpo-alma até a afirmação da unidade pessoal, é apresentado nas suas três diferentes fases: primeiramente seguidor do maniqueísmo; e posteriormente cristão em dois períodos distintos, o inicial contendo influência neoplatônica destacando a hierarquia da alma sobre o corpo, e o estágio seguinte a partir do ano 411, no qual a ênfase é a unidade da pessoa humana. Nos escritos da maturidade o dualismo agostiniano não é expressão de separação corpo-alma, mas condição para a integração, pois tanto a dualidade quanto a unidade pessoal fazem-se necessárias para a singularidade humana. Sua antropologia, nutrida a partir da cristologia e teologia trinitária, provocou uma concepção de amizade e reconciliação do corpo com a alma, mesmo sendo o corpo idoso e limitado da fase final de sua vida, em um processo inverso ao gnosticismo da cibercultura contemporânea.

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Como Citar

Lin, D. C. R. (2015). “Anima et corpus una persona est”: desencarnação gnóstica contemporânea e a unidade pessoal em Santo Agostinho. Pensar-Revista Eletrônica Da FAJE, 6(2), 205–212. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/pensar/article/view/3425