Do Corpo-Encarnado ao Corpo-Eucarístico: interfaces do reconhecimento intersubjetivo
Palavras-chave:
Corpo, Encarnação, Eucaristia, IntersubjetividadeResumo
O objetivo da presente pesquisa é relacionar o corpo-encarnado ao corpo-eucarístico, como interfaces do reconhecimento intersubjetivo. O corpo possui uma série de significados. É dimensão relacional com o mundo. É o lugar da experiência da gestação da vida, do abraço, do afeto, do amor, da fé. O corpo é polissemia de significados e expressões da existência. Por meio do corpo, estabelecemos relações com a alteridade. Vive-se na contemporaneidade, a banalização do corpo. O corpo é violentado, reduzido à mercadoria, comercializado, reverenciado, excluído, cultuado. Na encarnação, a Palavra do Criador torna-se corpo-encarnado, assumindo as condições históricas, políticas, sociais, culturais e religiosas. A encarnação do Verbo eleva a natureza humana, e o mistério pascal de Cristo, como doação total de si, abre uma nova perspectiva para o corpo humano - a ressurreição. Deus assume a dimensão do corpo, elevando com isso a dignidade da natureza humana. Em Jesus, encontramos a valorização do corpo e a proteção do corpo, contra todas as formas de opressão. O corpo é templo do Espírito Santo. É comunicação, epifania da revelação divina. Espaço sagrado de comunhão com o Criador. O corpo é sexo, sexualidade, interação, dança. Jesus se torna no corpo-eucarístico. Oferece-se a si mesmo à humanidade nas espécies do pão e do vinho. Seu corpo é lugar da soteriologia, do serviço, da entrega incondicional. O corpo é dignificado na eucaristia como o grande louvor ao Pai. É dignificado na ressurreição como a nova criação do Criador. Do corpo-encarnado ao corpo-eucarístico encontramos a experiência do reconhecimento intersubjetivo.Â