A docência diante do paradoxo ético da Inteligência Artificial

Autores

  • Isael Sena

Resumo

Neste trabalho refletimos, a partir de uma perspectiva dialética à luz dos estudos psicanalíticos educacionais, sobre os desafios da docência no ensino superior privado, diante do paradoxo ético imposto pela Inteligência Artificial (IA) e os possíveis modos de agenciamentos discursivos do professor sob égide da educação orientada pela lógica do mercado. Por um lado, a riqueza da IA em sua forma de oráculo busca antecipar as nossas necessidades ou criar demandas. Por outro, revela a sua “pobreza” – em referência a Walter Benjamin, ao apontar que “uma nova forma de miséria surgiu com esse monstruoso mundo da técnica”. Nesse sentido o discurso da tecnologia rechaça a possibilidade de o professor poder se enunciar, pois ele está objetificado, e a oferta de uma formação sem o bastão da qualidade da experiência não pode suscitar nenhuma demanda ou desejo dos estudantes, uma vez que sob o imperativo da lógica utilitarista cada um deve aprender sem sanção. Estamos diante daquilo que Lacan chamou de “tirania do saber” – saber acéfalo, o qual expropria a palavra e “autoridade” do professor. Este é o discurso que quer nos amaestrar.

Palavras-chave: Docência. Discurso Tecnológico. Psicanálise. Inteligência Artificial.

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Publicado

2025-01-20

Como Citar

Sena, I. (2025). A docência diante do paradoxo ético da Inteligência Artificial. Annales Faje, 9(5), 52. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/annales/article/view/5941