Brumadinho: perdão e impunidade a partir de Ricoeur

Autores

  • Paulo Henrique Laurencio

Resumo

O que se passou em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, não é um fato isolado ou imprevisível. Deve ser compreendido como consequência de um modelo econômico que se alimenta a partir de uma racionalidade instrumental e uma lógica utilitária, estando ética e técnica em um divórcio consolidado. Tendo se passado mais de cinco anos do acontecimento criminoso, é possível analisar os rumos do processo (humano e institucional) e suas principais questões. Nesse sentido, a partir do pensamento do filósofo francês Paul Ricoeur sobre a justiça e o perdão, por meio de pesquisa bibliográfica, o presente artigo quer evidenciar o percurso das vítimas muitas vezes aptas ao perdão em confronto com certas instituições, no intuito de impedir a impunidade. Para realizar essa empreitada, considerações de Ricoeur presentes, especialmente, em A memória, a história, o esquecimento serão chaves de leitura do percurso das vítimas presentes em narrativas e ações documentadas em livros e audiovisuais. Ao final, pode-se constatar que as vítimas, além de saber a quem perdoar, exigem responsabilização e reparação, para que se afaste a impunidade e ganhe espaço uma esperança restaurativa.

Palavras-chave: Brumadinho. Perdão. Impunidade. Justiça. Paul Ricoeur.

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Publicado

2025-01-20

Como Citar

Laurencio, P. H. (2025). Brumadinho: perdão e impunidade a partir de Ricoeur. Annales Faje, 9(5), 27. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/annales/article/view/5938