A estética da escrita em Nietzsche e Clarice Lispector

Autores

  • Quésia Oliveira Olanda

Resumo

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo aproximar a estética da escrita de Nietzsche e Clarice Lispector. Essa questão é importante para ambos, pois não se trata apenas de escrever, mas de como se escreve. Faz-se necessário um estilo, bem mais do que um método. Faremos ponte entre Filosofia e Literatura. Ponte que não separa, mas que atravessa. Usaremos como aporte teórico Ecce Homo que, além de ser autobiográfico, fala sobre uma arte do estilo, compreendida como um trabalho estilístico da linguagem, a fim de que, através dela, os afetos sejam comunicados, bem como Assim Falava Zaratustra. Nosso filósofo elabora críticas a um modelo racionalista de linguagem, pois este inferioriza o teor artístico, ao passo que, coloca a lógica e a dialética em um lugar de superioridade. “O modo Clarice” de escrever também denuncia essa tradição, como em A Paixão Segundo GH. Ambos conduzem as palavras como numa dança, ora aforismática, ora dissertativa, ora poética. São escritas como de um flâneur – termo que Benjamin retirou da poesia de Baudelaire –, pois Nietzsche valoriza os “pensamentos caminhantes”. Contrariando a escrita sistemática, defenderemos uma arte do estilo que é plural e livre das amarras do conceito.

PALAVRAS-CHAVE: Estética. Escrita. Estilos.

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Publicado

2024-04-09

Como Citar

Olanda, Q. O. (2024). A estética da escrita em Nietzsche e Clarice Lispector. Annales Faje, 9(1), 272. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/annales/article/view/5607