Eterno retorno: bases epistemológicas multiregistro

Autores

  • Hugo Vedovato

Resumo

RESUMO: Propõe-se aqui que o conhecido problema do estatuto ontológico do eterno retorno possa ser abordado através de um questionamento de certos aspectos concernentes aos processos de criação intelectual – especificamente, as proporções e dinâmicas entre a realidade tal como é comumente percebida e aquela que uma criação tenta nela divisar. Uma vez que Nietzsche não concede que a ciência tenha a objetividade que ela se arroga e (no que diz respeito à objetividade) a equaliza à arte, pode-se dizer que ambas caem na mesma categoria formal: poiésis, e interessaria mais em uma criação poiética sua capacidade de comunicar sua visão de mundo de forma incontornável do que ser reconhecida como “objetiva”, como “verdade”. Esperando-se ainda que a visão que comunica funcione tanto como teste de uma afirmação da existência quanto como diretriz para essa, a criação tem de considerar o que os indivíduos aos quais se dirige exigem antes de se permitirem cogitá-la seriamente – o que explicaria, ao menos em parte, por que é que Nietzsche busca bases científicas para este pensamento, e também suas (assim percebidas) flutuações ontológicas.

PALAVRAS-CHAVE: Eterno retorno. Arte. Ciência. Registros.

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Publicado

2024-04-09

Como Citar

Vedovato, H. (2024). Eterno retorno: bases epistemológicas multiregistro. Annales Faje, 9(1), 147. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/annales/article/view/5595