A formação litúrgica compreendida como plasmação dos filhos de Deus
Resumo
Francisco, retomando os fundamentos do Movimento Litúrgico que culminaram no Concílio Vaticano II, especialmente na Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium, insiste na Carta Apostólica Desiderio Desideravi que a principal formação do cristão não é para a Liturgia, mas aquela que acontece na Liturgia. Sem desconhecer a importância da formação para celebrar bem, o fundamental é a formação que cada crente recebe ao participar – ao estar – na Liturgia: “a plenitude da nossa formação é a conformação a Cristo” (DD 41). Intentaremos, em nosso trabalho, apresentar a formação litúrgica não apenas como conjunto de normas e regras, mas, a partir da realidade sacramental da Liturgia, como plasmação dos filhos de Deus. Para tal, lançaremos mão do realismo crítico de Xavier Zubiri, filósofo contemporâneo espanhol, especialmente das categorias religação e plasmação. Na Liturgia, o fiel é plasmado em Cristo, incorporado em seu Corpo; suas ações se tornam as ações dele mediante a religação ao fundamento da realidade segundo a religação filial do próprio Cristo-Filho. O batizado é plasmado na vida crística, aquele que participa da mesa do Senhor é incorporado pelo próprio pão-alimento no Corpo de Cristo.
Palavras-chave: Filiação. Formação. Liturgia. Plasmação.