Apresentação
Resumo
Realizada entre 13 e 17 de fevereiro de 1922, ano do primeiro centenário da Independência do Brasil, a Semana de Arte Moderna é vista por muitos/as estudiosos/as como um divisor de águas na cultura brasileira, pois provocou transformações radicais no mundo das artes e na compreensão da identidade nacional. Marcada por rupturas e transgressões, algumas das quais já antecipadas anos antes por aqueles/as que se tornaram depois alguns de seus protagonistas, a Semana tornou-se o ícone de uma nova maneira de ver o país, sua gente e sua cultura. Metáforas geradoras, como a da antropofagia, criada em 1928, por Oswald de Andrade, no Manifesto antropófago, buscaram traduzir o que estava em gestação antes, durante e depois de 1922. Mais que a expressão das vanguardas modernistas europeias, que haviam inspirado alguns de seus idealizadores, a Semana foi lida por muitos/as como a encarnação de uma ruptura epistemológica no pensamento do país, pois gerou uma reflexão criativa, original, diferente daquela que, no período colonial ou no primeiro século do Brasil independente, se contentava em “copiar”, em “imitar” ou em ser “reflexo” de modelos importados sem efetivamente realizar sua “deglutição” (...)