O rito de batismo de adultos e de crianças no Catecismo de José de Anchieta
Resumo
Resumo: A introdução do Rito de Batismo nas aldeias indígenas do Brasil nasce da síntese medieval feita a partir da tese agostiniana do “pecado original”. A reelaboração plástica dessa experiência produzirá, posteriormente, diversas representações à oposição entre o bem e o mal, atribuindo, à Igreja, papel mediador. A tradição atribui a José de Anchieta dois Catecismos escritos em Tupi. Nessas duas versões encontramos instruções para o Batismo de Adultos e Crianças. Os textos se dividem tanto em ritualística como em catequética, estabelecendo um crescente a partir da aplicação das normas do Concílio de Trento. Nossa atenção recai na figura do Ministro do Batismo (Abaré), alegorizado nas aldeias a partir dos oradores tupis (Nheengatu) e dos xamãs (Caraíbas). No Rito de Batismo essas duas figuras, que possui funções distintas, oferece-nos uma linguagem performativa, definindo atores, a estética e a mistagogia. Comparado com o esquema atual, os sinais sacramentais são apresentados como ponto de partida, isto é, incide na ars celebrandi seu caráter iniciático como caminho à luz do Evangelho (Vida Boa).
Palavras-chaves: Inculturação, catequese, presidência, ritualística e mistagogia.