A mistagogia da homilia e sua dimensão catabático-anabática
Resumo
A partir da reflexão teológica apresentada na Constituição Litúrgica Sacrosanctum Concilium, é do nosso interesse apresentar o tema da homilia em sua dimensão mistagógica. Desse modo, temos como objetivo mostrar a importância da redescoberta das Sagradas Escrituras na celebração litúrgica realizada pelo Concílio Vaticano II. Essa redescoberta dos textos bíblicos no culto contribuiu para a restauração da homilia como momento privilegiado do diálogo entre Deus e seu povo. Assim, considerando as Sagradas Escrituras como fonte principal para a pregação litúrgica, o homileta precisa haurir da Palavra de Deus os tesouros divinos que conduzem os fiéis ao mistério pascal. Tal mistério, núcleo da fé cristã, deve ser o ponto de partida e a meta da pregação. Dessa maneira, a finalidade da homilia mistagógica não é outra senão corroborar aos participantes da assembleia litúrgica um autêntico «mergulho» nos sagrados mistérios à luz da Palavra de Deus. Esta, por sua vez, prolongada no coração dos seus ouvintes, torna-os ícones do Crucificado-Ressuscitado. Por esse motivo, apresentaremos, à luz da teologia litúrgica do Concílio Vaticano II e do parágrafo 917, do Documento de Puebla, a mistagogia da homilia em seu duplo movimento: “descendente-ascendente”, também denominado como “catabático-anabático”.