Henriqueta Lisboa e a “coação do eterno dentro do efêmero”

Autores

  • Kelen Benfenatti Paiva

Resumo

A poesia de Henriqueta Lisboa se destaca pela reconhecida qualidade estética. Seus versos retratam sua ligação com Minas Gerais, sua inquietação diante da morte, a busca pela essência do ser, a transcendência e o aprimoramento da palavra por meio da poesia. Em seu labor literário, vários são os momentos em que o corpo inscrito nesses versos se encontra diante do conflito entre a eternidade e a efemeridade do ser. A  poesia,  nesse dilema diário, é, para a autora,  a “coação do eterno dentro do efêmero”, sendo, portanto, concebida como essência transcendente e atemporal. Nesse sentido, o poeta não controla essa poesia que é anterior à construção do verso, mas se sente coagido a transpor para a página em branco parte dessa essência poética. Diante dessa coação, o corpo inscrito em seus poemas é construído a partir do referencial da cultura cristã. A religiosidade resultante desse referencial pode ser definida como um “biografema” (BARTHES, 1977; 1979) que transita entre a vida e a obra de Henriqueta, possibilitando, na presente comunicação, propormos a leitura de seus versos, buscando esboçar esse corpo cristão inscrito em seus versos.

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Publicado

2019-11-26

Como Citar

Paiva, K. B. (2019). Henriqueta Lisboa e a “coação do eterno dentro do efêmero”. Annales Faje, 4(3), 111–120. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/annales/article/view/4321