Mídia e campanha da fraternidade, caminho pastoral para a justiça e a paz

Autores

  • Leila Maria Orlandi Ribeiro

Resumo

A presente comunicação aborda o tema da utilização da mídia na divulgação da Campanha da Fraternidade – CF e seus efeitos pastorais. Com o objetivo de destacar a importância da mídia para o caminho da fraternidade, inicia com os aspectos positivos e negativos da utilização dos recursos midiáticos na religião, passa pelo histórico da CF no Brasil, chegando aos efeitos da sua divulgação na mídia como caminho pastoral para a justiça e a paz. Conclui com a consideração de que as ações pastorais derivadas da Campanha da Fraternidade dizem respeito à sociedade como um todo, visando assegurar os direitos humanos mais elementares da pessoa para que possa viver com dignidade e fraternidade. Diante das possibilidades pastorais, considera-se ainda tímida a utilização da mídia na CF, devido aos parcos efeitos que produz. Não resta dúvida de que o uso da mídia traz excelentes benefícios às ações pastorais que dela podem ser derivadas. Porém, por outro lado, os novos instrumentos de comunicação apresentam alguns pontos negativos que merecem atenção e que devem ser considerados, destacando-se a questão da individualização e dos desvios na comunicação. Para atingir o objetivo do trabalho, convém conhecer a história da CF no Brasil. Pouco antes do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), alguns jovens padres, sob a coordenação do Bispo Dom Eugênio Sales, reuniam-se em Natal-RN para refletir sobre a vida pastoral da Igreja e o atendimento das necessidades sociais e políticas, frente à realidade pastoral da Igreja no Brasil. Daí surgem várias ideias pastorais, dentre elas a da utilização da mídia na religião e da Campanha da Fraternidade. A inciativa da CF é estendida a todo território nacional a pedido de Dom Helder Câmara, a partir de 1964. Desde então, até 2019, os temas visaram: na primeira fase (1964-1972), a renovação Interna da Igreja; na segunda fase (1973-1984), a preocupação da Igreja com a realidade social do povo, denunciando o pecado social e promovendo a justiça; e na terceira fase (1985 aos dias atuais), a igreja volta-se para as situações existenciais do povo brasileiro. Em 2019, a Campanha convida todos os brasileiros a percorrer o caminho da participação na formulação, avaliação e controle social das políticas públicas em todos os níveis, como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao povo brasileiro, com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas”, e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27). Várias propostas de ação social e de participação foram e são sugeridas pelas Campanhas da Fraternidade. Citam-se, em 2019: participação em pastorais sociais; iniciativas de ações para o bom uso dos serviços públicos; resolução de situações agravantes dos direitos sociais; seminários, debates, rodas de conversa; criação de observatórios sociais e de ouvidoria; participação dos leigos na política; participação popular no controle social de gestão participativa; tomar parte nos Conselhos Paritários de Políticas Públicas, nos movimentos sociais, nos conselhos e comitês de combate à corrupção, dentre outras. O que se constata é que o uso da mídia na religião ainda é incipiente, produzindo tímidos efeitos pastorais com vistas à participação da comunidade e à atuação dos leigos cristãos em busca do bem comum, pois, conforme o Papa Francisco (no ano nacional do laicato, em 2018): leigos e leigas são sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino. “Vós sois o Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14).

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Publicado

2019-11-22

Como Citar

Ribeiro, L. M. O. (2019). Mídia e campanha da fraternidade, caminho pastoral para a justiça e a paz. Annales Faje, 4(2), 92–100. Recuperado de https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/annales/article/view/4300