APRESENTAÇÃO

Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia e a PUC Minas realizaram, entre os dias 3-5 de outubro de 2018, o XIV Simpósio Internacional Filosófico-Teológico (FAJE) e o VIII Simpósio Internacional das Ciências da Religião (PUC Minas), cujo tema foi: “Diálogos Inter-religioso e intercultural, no centenário de Raimon Panikkar”.

A organização comum deste evento se enquadra no Convênio de Cooperação assinado há alguns anos entre a Faculdade Jesuíta e a PUC Minas, e contribui para fazer crescer o diálogo interinstitucional e interdisciplinar, que implicou os Programas de Pós-Graduação em Filosofia e Teologia da Faculdade Jesuíta, e o Programa de Ciências da Religião da PUC Minas. A parceria com a Fundaciò Vivarium Raimon Panikkar tornou possível a vinda da Profa. Dra. Milena Carrara, sua presidente e uma das principais divulgadoras da obra do intelectual indiano-catalão. O Simpósio teve 374 inscritos, 58 propostas de comunicação, das quais 50 aprovadas, 11 seminários temáticos, 4 painéis e 3 conferências.

É com alegria que apresento os Anais deste evento, que trazem grande parte dos conteúdos apresentados nas conferências, nos painéis, nos seminários e nas comunicações. Provavelmente, no Brasil, este simpósio tenha sido o que reuniu mais pessoas ao redor do pensamento de Panikkar, no centenário de seu nascimento. A questão dos diálogos inter-religioso e intercultural, tão candente nos últimos anos, foi tratada sob diversos pontos de vista. Para o diálogo intercultural, o simpósio contou com os Profs. Drs. Raul Fornet-Betancourt, da Universidade de Bremen, Alemanha, Fidel Tubino, da PUC do Peru, a Profa. Dra. Maria Cecília Simões, da UFJF. Para o diálogo inter-religioso, o simpósio contou com os Profs. Drs. Faustino Luiz Couto Teixeira, da UFJF, Zuleica Dantas Pereira Campos, da UNICAP, Roberto Tomichá, da Universidad Católica de Cochabamba, Bolívia, Roberlei Panasiewicz, Carlos Frederico Barboza Souza e a mestranda Rita Grassi, da PUC Minas. Outras presenças significativas também contribuíram para enriquecer os debates, como a da Profa. Dra. Maria Clara Bingemer, da PUC Rio, a da Profa. Dra. Carmen Lussi, do Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios, a da Profa. Dra. Ângela Cristina Borges Marques, da UNIMONTES, a da Profa. Mestra Sofia Nicolasa Chipana, do Instituto Superior Ecumênico Andino de Teologia, Bolívia, dos Profs. Drs. Cesar Alves, Elton Ribeiro, Luiz Carlos Sureki e Geraldo De Mori, da Faculdade Jesuíta.

Num ano de grandes polarizações, a maior parte oriunda do debate político, foi um privilégio fazer a experiência da necessidade do diálogo com duas das diferenças que estão na origem de muitas violências: a étnica e a religiosa. Aprender a arte da escuta, acolher o que no outro pode parecer estranho, ameaçador, mas que também é um dom e uma riqueza, é um exercício importante, que necessita de aprendizado. Raimon Panikkar e a obra que nos legou podem nos ajudar a exercitar esta “cultura do encontro”, como tanto tem insistido o Papa Francisco. O aprendizado dessas diferenças instituintes nos faz crescer na construção de uma humanidade comum, mais reconciliada, menos violenta, mais humana.

Do ponto de vista formal, a organização do evento havia dado orientações precisas sobre a publicação dos textos escritos. Nem todos, porém, seguiram essas orientações, sobretudo os que enviaram textos de conferências, painéis e seminários. Mesmo assim, os textos estão sendo publicados no formato que vieram, com algumas pequenas mudanças em alguns detalhes. Quanto ao conteúdo dos textos, são de responsabilidade dos autores. A organização do simpósio fez apensas uma diagramação seguindo o máximo possível as orientações iniciais.

Não poderia deixar de mencionar o aporte financeiro das Agências de Fomento do governo brasileiro: a CAPES e o CNPq, sem o qual o Simpósio não teria acontecido. O apoio das livrarias Paulus, Paulinas, Vozes, Loyola e da agência Solare também foi importante.

Convido a todos e todas à leitura desse rico material, que nos permite comunicar a riqueza do que é produzido na academia a um pública mais extenso, nesta interface importante que é necessário estabelecer entre a pesquisa e a produção acadêmica, e os distintos públicos.

Geraldo De Mori – Coordenador da Comissão Organizadora.