A ÉTICA CRISTÃ DO AMOR EM KIERKEGAARD

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DOI:

https://doi.org/10.20911/21768757v50n1p111/2018

Resumo

O mandamento do amor ao próximo constitui o âmago das Obras do Amor de Kierkegaard. Nesta obra, o amor cristão é definido em contraposição ao amor natural, nomeadamente ao amor erótico e à amizade. Em virtude da sua natureza passional, o amor natural é uma forma de amor de si mesmo e não comporta exigência ética. No amor cristão, pelo contrário, o outro é amado como próximo, não em resultado de predileção, mas porque Deus ordena esse amor. Não obstante as dissemelhanças entre o amor natural e o amor cristão, não existe relação antitética entre estas duas formas de amor. Do ponto de vista cristão, o que é problemático no amor natural é a exclusividade egoísta, que o mandamento do amor ao próximo erradica ao estabelecer a equidade no amor. A proeminência dada ao mandamento do amor será considerada à luz da concomitante ênfase de Kierkegaard em esforço e dom, obras e graça, lei e amor. A interpretação Kierke­gaardiana da doutrina do amor tem sido frequentemente criticada por descurar a dimensão social da ética cristã e espiritualizar o amor ao próximo. Embora seja inegável a existência de um certo desapreço por uma ética do amor orientada para transformações sociais, tal não implica menosprezo pela importância de promover o bem-estar social e material da pessoa humana. Kierkegaard visa antes mostrar a diferença qualitativa que existe entre a prática do amor cristão e a expressão política e social de generosidade organizada.

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Publicado

2018-04-27

Como Citar

SALGADO, Domingos Manuel. A ÉTICA CRISTÃ DO AMOR EM KIERKEGAARD. Perspectiva Teológica, [S. l.], v. 50, n. 1, p. 111, 2018. DOI: 10.20911/21768757v50n1p111/2018. Disponível em: https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/perspectiva/article/view/3743. Acesso em: 19 abr. 2024.