VIDA NA EXISTÊNCIA: A UNIDADE DOS MODOS DE SER COMPOSICIONAL E CONSTITUCIONAL
DOI:
https://doi.org/10.20911/21769389v48n151p483/2021Resumo
No presente artigo, examino o problema da unidade de modos de ser no marco do pluralismo ontológico hermenêutico. Tomando como referência o pluralismo ontológico formulado por Heidegger no projeto da ontologia fundamental, analiso a relação de dependência entre o modo de ser da existência e o modo de ser da vida orgânica. A partir da distinção entre composição e constituição, sustento a tese de que, no ser humano, a existência perfaz o modo de ser constitucional, sendo a vida orgânica o modo composicional. O modo de ser da vida é apresentado como fundante do modo de ser da existência. A relação de fundação é analisada como uma dependência existencial genérica e permanente, mas não como uma relação de dependência essencial. Além disso, examino a dependência epistêmica da vida em relação ao modo de ser da existência. Num sentido não trivial, a dependência epistêmica compromete-se com uma posição robusta, segundo a qual o acesso à vida dos organismos é dependente do acesso à vida que compõe a existência humana. Concluo com o esboço de um programa de tematização dos fenômenos disruptivos em que a vida se torna perspícua na existência.